terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Never forget me


PARTE II

Adrianna não queria acreditar, não sabia se havia de chorar de tanta felicidade ou de rir. No momento em que o olhar de Adrianna se encontrou com o de Harry foi como se tivesse o coração tivesse caído ao chão, estava a despedaçar-se aos poucos e poucos numa lentidão dolorosa. Era um misto de sentimentos, ambos não sabiam o que pensar nem o que dizer. Adrianna pensou na promessa que tinha feito, se fosse para Los Angeles não contaria nada ao Harry sobre o que sentia. Tinha sido fácil pensar naquele assunto a alguns dias atrás mas naquele momento, depois de saber que ia, a vontade de lhe contar tudo era ainda maior. Iria deixar de o ver todos os dias, agora tinha a certeza. Depois de noites mal dormidas a sonhar com essa possibilidade, a atormentar a sua mente, naquele instante, preferia estar a sonhar. Nenhum pesadelo era tão doloroso como não poder sentir o cheiro dele todas as manhãs e o toque das mãos dele na sua pele. Adrianna deixou cair uma lágrima de incerteza, já não sabia se tinha a certeza de conseguir ir embora. Harry ao vê-la naquele estado só queria poder agarra-la para bem junto de si e nunca mais a largar.

- Esta é a melhor oportunidade da tua vida, tens que aproveitar. Foi o que sempre sonhaste… - disse Harry. Nunca lhe tinha custado tanto falar como naquele momento. Por muito que lhe custasse vê-la ir embora não podia permitir que ela perdesse aquela oportunidade. Ela sempre o apoiara na música por isso estava na hora de ele retribuir – não podes desistir agora.

- Eu não quero desistir mas… - Adrianna ainda não tinha sido capaz de desviar o olhar, aqueles olhos estavam a mata-la lentamente

- Não há mas nem meio mas! Eu é que sei o que é melhor para ti e se eu digo que o melhor é ires para LA, tu vais. Sou eu que mando… - Harry tentou ser o mais convincente possível

- Até parece que queres ver-te livre de mim… - aquela ideia só por si matou todas as esperanças de Adrianna contar seja o que for

- Que seja a última vez que digas isso Adrianna Vale! – Adrianna até estremeceu ao ouvir o Harry falar daquela maneira, nunca o tinha visto assim o que fez despertar a curiosidade dos restantes presentes no camarim – Como é obvio não queria que fosses, não queria que ficasses longe de mim. Eu queria poder dizer-te que fiquei muito feliz com a tua entrada na universidade mas só te estava a mentir. Eu conheço-te há dezoito anos, dezoito dias e há… - olhou para o relógio – vinte e duas horas e cinquenta minutos. Passei a minha vida toda contigo, tu sempre foste a pessoa mais importante que alguma vez tive. Sempre que estava mais em baixo era a ti que ia pedir concelhos, tu podias não saber o que fazer nem o que dizer mas o teu abraço valia por tudo. Estaria a mentir se não disse que estou aterrorizado com a ideia de me ver afastado de ti. Só de pensar que vais estar num local aonde não conheces nada nem ninguém deixa-me aflito. Eu quero proteger-te, quero ser eu a primeira pessoa a chegar ao pé de ti quando tiveres triste.

- Harry…

- Espera, deixa-me acabar! Mas ao mesmo tempo quero que tu vás…sei que parece confuso e que me estou a contradizer mas é o que sinto. Não quero que deixes de seguir os teus sonhos só porque tens um amigo que é uma verdadeira lapa!

- Harry tu não és uma lapa, és a pessoas mais extraordinária que conheço. Desde do momento em que entraste no meu coração que nunca mais quis estar longe de ti. E não te contradisseste porque sinto o mesmo. Quero muito lutar pelo meu sonho de ser uma artista melhor. O problema é que no meu sonho tu estás lá presente! Eu não quero abdicar da minha inspiração para seguir uma paixão porque sem ti a arte deixa de fazer qualquer sentido!

- Mas tu não vais abdicar de mim…mesmo estando longe estou sempre contigo! Telefono-te todos os dias, a todas as horas se for preciso, temos o skype, sim porque eu preciso de te ver para ter a certeza que andas a comer em condições – Harry conseguiu tirar um sorriso a Adrianna – pensas o quê? Que vais para LA meter-te naquelas manias idiotas das dietas? Nem penses…não quero te quero ver mais magra do que estás! E se tiveres e não seguires os concelhos do Niall em relação a comeres apanho o primeiro avião e enfio-te comida pela boca!

- Pois, só falas de mim e tu? Sou eu que cozinho a maior parte das vezes para ti. Quero ver a quem vais pedir para te fazer o comer…

- Eu desenrasco-me muito bem!

- Desenrasca-te é a telefonar para pedir comida feita isso sim…

- E serve muito bem…

- És tão doido Harry!

- Sou doido é por ti minha pequenina mais fofa do mundo! – Harry abraçou bem forte Adrianna o que a deixou muito mais calma.

- Então que raio se passa aqui? Só eu é que posso abraçar o meu carrot! – disse Louis enquanto se aproximava

- Está descansado que a partir de amanhã já não o vou abraçar tanto quanto queria… - respondeu Adrianna

- Como é que é? Isso é impossível… - constatou Liam

- É bem possível! Amanhã vou para LA, entrei na universidade que queria.

- Estás a falar a sério? – estavam todos bastante espantados

- Eu não acredito! – Louis começou mais uma das suas brincadeiras – vou perder o meu Harry! – disse ao mesmo tempo que fingia que chorava – vocês não estão a perceber a gravidade da situação! Com a Adrianna tão longe como é que o Harry vai sobreviver? Vamos ficar reduzidos a quatro…

- Que exagero Louis! – disse Adrianna – Vocês acham que era capaz de me ir embora sabendo disso? Eu sei que o meu Harry é muito forte e vai sobreviver!

- Se tu tens tanta certeza…mas só acredito quando vir! – disse Zayn

- Mas tu estás a duvidar da minha força é? – perguntou indignado Harry – eu quero estar vivo quando a minha Dri se tornar uma pintora mundialmente conhecida!

- Ahah! Ainda vais ter que esperar muito meu menino para ser mundialmente conhecida! – respondeu Adrianna

- Mas tu já és conhecida! – disse Niall enquanto comia novamente – com a quantidade de vezes que saiu fotos tuas com o Harry por causa da vossa proximidade já deves ser mais conhecida que nós!

- Acham? – perguntou Harry muito preocupado – acho melhor levares um segurança contigo…nunca se sabe o que te pode acontecer!

- Menos Harry, menos! – respondeu Adrianna – meus amores eu gosto muito de vocês mas agora tenho que ir para casa. Quero descansar para amanhã acordar bem cedo para começar a fazer as malas. O voo é logo a seguir ao almoço.

- Então não vens festejar connosco? – perguntou Liam

- Sorry. Não dá mesmo…preciso mesmo de descansar – lamentou Adrianna

- Pessoal eu também não vou… - disse logo Harry

- Nem pensar… - Adrianna ia continuar com um raciocínio lógico para convencer Harry a ficar mas este interrompeu-a

- Tu deves estar a pensar que vou perder algum segundo que seja sem estar ao pé de ti…já me vai chegar quando fores embora! – Adrianna embora não se mostrasse, estava radiante com a ideia de Harry querer passar os últimos minutos que tinha em território inglês com ela

- Mas eu ainda me quero despedir de vocês todos amanha como deve de ser, com muitos abraços e beijinhos está bem?

 - Sim! – responderam todos em uníssono

***

Depois de saíram do local do concerto com alguns fotógrafos atrás deles, chegaram a casa de Adrianna. Antes de se deitarem cada um na sua cama ainda tiveram tempo para conversar e rir.

Dia seguinte:

Adrianna acordou por causa de um barulho estranho no seu quarto. Quando abriu os olhos e viu Harry foi como se tivesse visto o sol da sua vida. Aquele sorriso iluminava o seu dia, o seu ser. Nada mais importava naquele momento, queria que o tempo parasse e pudesse levar aquela imagem consigo e crava-la na parede do quarto para vê-lo todos os dias de manhã quando acordasse.

- Trouxe o pequeno-almoço e foi feito por mim! – disse Harry com um enorme sorriso. Parecia que tinha feito alguma coisa extraordinária, mas tinha só cozinhado. Adrianna olhou-o surpreendida para tal proeza, nunca pensara comer alguma coisa feita por ele. – não sei se está grande coisa mas foi o melhor que consegui.

- Oh! Não precisavas de te estar a incomodar… - disse Adrianna enquanto se levantava – de certeza que está uma delicia…

- Espero que sim!

Depois de tomarem o pequeno almoço e de terem arrumado toda a loiça começaram a fazer as malas. Embora Adrianna tivesse pedido a ajuda de Harry parecia que este estava mais para a desajudar pois só fazia maluquices. Após mais de duas horas a meter roupa em três malas Harry passou pela secretária de Adrianna e viu um desenho seu debaixo de alguns livros.

- Quando é que fizeste este desenho? – perguntou Harry. Adrianna ficou estática a olhar para o desenho. Lembrava-se perfeitamente do dia em que a sua professora de desenho tinha proposto á turma que cada um fizesse um retrato a carvão da pessoa mais importante da sua vida. Adrianna nem hesitara em escolher a pessoa, era o Harry de certeza. Nunca tinha conseguido noutros trabalhos antes ter bons elogios daquela professora mas naquele tudo tinha mudado. Lembrava-se nitidamente de todas as palavras que dissera, se desenhares sempre assim terás um futuro brilhante, a forma como conseguiste transmitir tudo o que te ia na alma é impressionante. Este rapaz tem imensa sorte por ter uma namorada como tu…

- Foi há pouco tempo… - respondeu – a professora tinha pedido para desenharmos um rapaz e eu lembrei-me de ti.

- Está perfeito Adrianna… - Harry estava espantado com a perfeição do desenho. Ele sabia que a amiga tinha imenso talento mas aquele desenho transmitia-lhe algo diferente. Estava deveras maravilhado

- Se quiseres podes ficar com ele…

- A sério?! Posso ficar com ele?

- Claro que podes Harry! É um desenho sobre ti além disso tenho mais de uma rema de desenhos teus…não me importo de te oferecer um!

- Obrigada! Vou emoldura-lo e pendura-lo no meu quarto! E quando fores conhecida não o vou vender porque não há dinheiro nenhum que pague o teu talento…

- Que querido que estás hoje.

- Eu sou sempre querido…

- Pois claro!

Depois de arrumarem tudo finalmente dirigiram-se para casa do Harry aonde já estavam todos. Assim que chegaram Adrianna começou logo com as despedidas pois já estava atrasada. Quando chegou a vez do Harry, Adrianna tentou não chorar, tinha-lhe prometido que não o fazia.

- Em primeiro lugar tenho aqui uma lista de coisas que deves fazer… - começou Harry deixando Adrianna confusa – em primeira lugar nada de falares com estranhos, em segundo nada de rapazes dentro ou nas redondezas da tua casa, em terceiro tenho que aprovar todos os teus novos amigos, preciso de saber com quem andas, em quarto nada de namorados, como é obvio, precisas de estudar e os namoros só prejudicam, em quinto tens que estar sempre atenta ao telemóvel, eu vou-te telefonar várias vezes ao dia, em sexto nada de confusões e de saídas há noite enquanto não conheceres a zona, em último e a mais importante de todas, podes-te esquecer de todas estas regras mas não te esqueças de mim por favor! – Harry já não aguentava mais e deixou por escapar uma lágrima. Adrianna estava demasiado comovida com o que tinha ouvido que mal conseguia falar, as lágrimas também já lhe corriam pelo rosto. Abraçou-o e por momentos ia-lhe escapando o que sentia.

- Eu nunca me esquecerei de ti! Nunca… - sussurrou-lhe ao ouvido – e para te provar o quanto és importante para mim, vou respeitar todas as tuas regras por mais idiotas que sejam. Se é importante para ti que as cumpra farei com todo o gosto…

- Tu não existe Dri! – disse Harry ainda abraçado à amiga – Desculpa ter começado a chorar, as saudades já são muitas e tu ainda não te foste embora.

- Eu sei disso…também o sinto mas vá, agora pára lá de chorar para me poder ir embora. Quero sair daqui com o teu sorriso… - disse Adrianna.

- Claro!

Despediram-se com um beijo. Depois de virar costas, as lágrimas começaram a escorrer novamente pelo rosto de Adrianna e intensificaram-se quando estava fechou a porta de casa de Harry. Foi como se o coração de repente tivesse ficado vazio, como se tivesse perdido a razão de viver. Mesmo assim continuou e foi para o carro.



Fiquei bastante feliz por terem gostado.
Bem esta é a segunda parte e a terceira (última) está apenas à distancia de dez comentários =)
O capitulo 29 vou publica-lo amanhã.

Liis

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Capitulo 28





(Vera)

Despois do meu pai se ter ido embora fiquei ainda mais nervosa. Ele iria falar com o Harry. Na minha cabeça corriam imensos pensamentos negativos até que foram interrompidos pela entrada da minha mãe. Estava felicíssima por a ver.

Mãe – Filha… - disse ao abrir a porta do quarto. Chegou-se ao pé de mim e abraçou-me com bastante força – como é que estás?

Vera – Podia estar melhor se não me tivesses quase esmagado… - disse enquanto recuperava o folgo

Mãe – Desculpa…desculpa! Mas eu estou tão preocupada contigo Vera… - a minha mãe passou as mãos pelo meu corpo para ver se estava inteira

Vera – Sim, mãe! Estou inteirinha… - disse com um sorriso

Mãe – Nem sabes como é que fiquei preocupada quando o teu pai nos telefonou a dizer que estavas no hospital…

Vera – Como vês, estou bem. Pelo menos sinto-me bastante bem…

Mãe – Tens a certeza? Não queres que chame uma enfermeira para ver alguma coisa?

Vera – Pareces mesmo o pai! Quando ele entrou também me perguntou a mesma coisa! Eu estou bem, a sério…

Mãe – Estás numa cama de hospital, não é uma coisa boa.

Vera – Mas agora já passou…amanhã vou sair daqui e voltou para casa!

Mãe – Sim, amanhã vens logo para Portugal… - fiquei estática a olhar para ela. Não podia estar a acreditar no que estava a ouvir

Vera – Não mãe. Não percebeste. Casa significa Londres, aqui.

Mãe – Nem penses…agora quero-te perto de mim. Já apanhei um susto muito grande, não vou ficar sossegada se ficares aqui…

Vera – Mas porquê? Isto foi só um pequeno incidente…foi por ter andado há chuva! Não há perigo nenhum…prometo que não volto a faze-lo – disse convincentemente. Não queria ir para Portugal agora, não queria mesmo.

Mãe – Tu ainda és menor de idade, tens que obedecer aos teus pais…

Vera – Eu faço anos daqui a quatro dias! Deixa-me adivinhar, é por causa do que saiu nas revistas?

Mãe – Viste?

Vera – Quem é que não viu? A minha cara deve estar exposta por todos os quiosques portugueses como uma fugitiva!

Mãe – Não percebo como é que aquilo chegou á imprensa e principalmente o facto de teres vindo para Londres…

Vera – Por favor, mãe. Nota-se logo quem foi!

Mãe – Estás a insinuar que foram os Gouveia?

Vera – Não estou a insinuar, estou a afirmar. Eles andam a seguir todos os meus passos desde que o noivado foi oficial… - disse - o maldito casamento… - desabafei

Mãe – Não acredito que tenha sido isso. Houveram sempre paparazzi’s há nossa porta, algum deve ter-te seguido…

Vera – Oh mãe nem tu acreditas nisso! Sabes bem que as mulheres daquela família são piores que víboras e nenhuma me suporta. As únicas pessoas decentes são o Miguel e o pai.

Mãe – Sempre a exagerar…

Vera – Achas que estou a exagerar? Trata-se da minha vida, bolas! Eu sei que é muito conveniente e blá blá blá e mais a conversa de ser bom para os negócios também já a sei mas é a minha vida!

Mãe – Nunca te vi a falar dessa maneira…o que andaram a fazer-te?

Vera – Não andaram a fazer nada. Apenas percebi que há muito por que lutar e que não quero casar…

Mãe – Mas tu nunca te opuseste ao casamento…o que é que mudou?

Vera – Tudo, mãe. Tudo!

Mãe – Tudo o quê?

Vera – Aquilo que sinto. Aqui descobri algo que não estava á espera, encontrei algo por que lutar. Há uns dias atrás não me importava de casar mas agora…agora é tudo diferente.

Mãe – Estás apaixonada?

Vera – Sim!

Mãe – Ai filha…

Vera – Não acredito que não estejas feliz por mim…

Mãe – É claro que estou feliz mas…

Vera – Se estás a pensar no pai não te preocupes porque já me encarreguei de lhe contar que estou apaixonada e que não quero casar.

Mãe – E ele o que disse?

Vera – Que ia falar com ele!

Mãe – E quem é que é esse rapaz? É algum daqueles rapazes que estava lá fora?

Vera – Eu presumo que ele esteja lá fora, é o rapaz que tem o cabelo encaracolado…

Mãe – Ah…já sei quem é. Notava-se que estava um bocado nervoso, não parava quieto no lugar – um sorriso formou-se no meu rosto. Estava com medo que ele não estivesse lá ou que tivesse havido alguma discussão entre ele e o meu pai – o rapaz até é engraçado. Como é que se chama?

Vera – Harry. Harry Styles.

Mãe – Acho que já ouvi esse nome em algum lado…

Vera – Pois. É normal. Ele pertence aquela banda que eu estava sempre a ouvir, os One Direction.

Mãe – Estás a brincar?

Vera – Não mãe!

Mãe – Coitado do rapaz. Deve ter ficado surdo quando te conheceu…

Vera – Porque é que dizes isso?

Mãe – Então porque deves ter gritado muito…

Vera – Foi precisamente ao contrário, fiquei sem voz! Fiquei tipo estátua!

Mãe – Só tu minha filha, só tu! – ela fez uma pausa e olhou seriamente para mim – ele gosta de ti?

Vera – Isso tens de lhe perguntar e não a mim! Eu gosto dele e muito…

Mãe – Vera, tu sabes muito bem como é que são os namoros, as pessoas apaixonam-se e desapaixonam-se á velocidade da luz. Ainda mais nos famosos…tu pertences a esse mundo, sabes como é que as pessoas são.

Vera – Eu sei mãe. Mas ele não me conhecia de lado nenhum, não sabia que estava noiva nem que a minha família tinha uma enorme fortuna. Ele gosta de mim pelo que sou, não pelo meu nome que trago. Quem poderia pensar dessa maneira era ele porque eu é que o conhecia…

Mãe – Mesmo assim. O nome da nossa família não pode manchado por um rapaz qualquer que descobriu agora a fama.

Vera – O nosso nome fica manchado se tiver que me chamar Vera Gouveia! A sério mãe, eu nunca serei feliz se esta ideia do pai for em frente.

Mãe – A única coisa que te posso prometer é ir falar com ele…

Vera – Obrigada mãe.


(Harry)


O pai da Vera já tinha entrado a algum tempo. Aquela espera era desesperante, precisava de saber qual é que era a posição do pai dela perante o nosso relacionamento. Quando mais depressa pensava no assunto mais depressa ele vinha. Rapidamente se dirigiu a mim

Pai da Vera – Podemos falar?

Harry – Hummm – nem sabia o que dizer – claro! Claro…

Pai da Vera – Muito bem. Podemos ir lá fora…aqui existe demasiada gente para o meu gosto.

Harry – Sim, com certeza!

Pai da Vera – Vamos? – levantei-me do banco e olhei para eles. Todos tinham uma cara de pânico, parecia que me ia atirar de um abismo. Se calhar até ia…Não. Tinha que pensar positivo e dar a melhor imagem de mim, qualquer descuido era o fim do meu relacionamento com a Vera. Ao lado do hospital havia um jardim agradável por isso fomos para lá. Todo aquele percurso foi feito nos maiores dos silêncios. Parecia que estava á espera de ouvir a minha sentença de morte. Era mesmo um ambiente esquisito. Paramos num banco e sentámo-nos – vamos falar!

Harry – Sim… - estava mesmo muito nervoso, o pai da Vera devia estar a pensar que eu era algum parvinho que nem falar sabia – do que quer falar?

Pai da Vera – Em primeiro vamo-nos apresentar, o meu nome é António Machado de Lima, tenho 45 anos e tu?

Harry – O meu é Harry Edward Styles e tenho dezoito anos. – tudo aquilo parecia demasiado estranho mas continuei a responder

Pai da Vera – Tens o teu B.I contigo? – disse que sim – importaste de me mostrar? – definitivamente estava muito estranho. Tirei a minha carteira e dei-lho – muito bem Harry Styles! – Já percebi! Sou mesmo lento, queria ver se estava a dizer a verdade…realmente o homem pensa em tudo.

Pai da Vera – Eu sou empresário e tu o que fazes da vida ou o que pretendes fazer? – ele parecia que tinha saído de algum filme policial, sentia-me num interrogatório, só faltava estar num cubículo e sentado numa cadeira desconfortável.

Harry – Neste momento estou numa banda, os One Direction. A música é a minha paixão e é isso que quero fazer para o resto da vida.

Pai da Vera – Muito bem, temos um cantor. Suponhamos que, por algum motivo infeliz, a música tenha que sair da tua vida, não é que queira que isso aconteça, mas é possível. O que pretendes fazer?

Harry – Bem…sinceramente ainda não pensei muito nisso…

Pai da Vera – Fazes tu muito mal! – pronto. Está tudo estragado! – A Vera foi habituada a ter tudo o que queria, não é que ela seja mimada nem nada mas sempre tive possibilidades de lhe proporcionar o melhor para ela. Consegues perceber isto?

Harry – Sim sim! Perfeitamente.

Pai da Vera – Muito bem. Eu gosto muito dela, embora por vezes não tenha conseguido transmitir-lhe das melhores maneiras. Infelizmente, para conseguirmos sobreviver neste mundo, temos que trabalhar no duro. Sei que passei muito do tempo longe a trabalhar mas isso não significa que goste dela….

Harry – Mas ninguém disse o contrário…eu… - o pai da Vera estava com uma cara de poucos amigos. Não devia tê-lo interrompido – desculpe…prossiga!

Pai da Vera – Como eu ia a dizer, ela é a pessoa mais importante na minha vida. É a minha única filha e é a herdeira de todo o meu património. Tenho vindo a prepara-la para este mundo desde que soube que não iria ter mais filhos. – desta vez não me atrevi a interrompe-lo – presumo que já saibas do casamento…

Harry – Sim, a Vera contou-me.

Pai da Vera – Muito bem. Queria saber o que pensas sobre isso? – fiquei espantado com a pergunta. De certeza que tinha rasteira…o que respondo? Estou tramado

Harry – Bem, eu não tenho uma opinião muito bem formada sobre esse assunto porque só soube hoje e ainda estou um pouco atormentado com tudo isto. – tentei começar com uma frase neutra e composta – Pelo que a Vera me contou, ela está noiva de um rapaz chamado Miguel Gouveia – era impossível esquecer o nome que quer retirar-me a Vera – pelo que percebi, ela não gosta muito da ideia. Não é que o senhor a tenha obrigado mas ela só não recusou porque tem muito respeito por si. O problema é que agora ela tem alguém por quem lutar, eu! – quando acabei a frase nem acreditei no que tinha dito. Tinha falado demais…

Pai da Vera – Muito bem. O que acha que tem de melhor em relação ao Miguel para ela o ter escolhido? – aquelas perguntas estavam a queimar o meu cérebro. O que é ele queria com aquilo tudo…

Harry – Eu não sei o que tenho de melhor porque não o conheço. A única vez que o vi foi hoje no hospital, não posso dizer que tenha uma opinião sobre o rapaz. Mas uma coisa pode ter a certeza, o amor que a Vera sente é por mim. Essa pode ser a única coisa que nos distingue, o amor dela.

Pai da Vera – Muito bonito, quase comovente. O problema é que existe muitas outras coisas que vos diferenciam, e a principal é que ele lhe pode proporcionar um nível de vida estável que o Harry nunca será capaz de oferecer.

Harry – Eu até posso concordar com essa afirmação…

Pai da Vera – É obvio que concorda, é a verdade.

Harry – Desculpe mas agradecia que não me interrompesse – acho que pela primeira vez obtive um pouco de atenção por parte dele – como eu estava a dizer, é verdade que a profissão de cantor não é a mais estável de todas, estamos dependentes de muitos fatores exteriores a nós. Porém, não creio que isso seja o mais importante para a sua filha. Como o senhor disse, a Vera não é a habitual menina rica mimada e caprichosa, é muito mais do que isso. Quando ela me contou sobre a família dela fiquei estupefacto porque já tive oportunidade de conhecer pessoas bastante influentes e normalmente as raparigas são bastante insuportáveis quando vêm de famílias com fortunas avultadas. A Vera é diferente de todas as raparigas, não sei explicar no que é diferente, só sei que é especial – acabei de falar um pouco já sem folego. Tinha falado tão rapidamente que quase me engasgava por vezes.

Pai da Vera – Lindo discurso. Mas não me convence! Não são essas palavras, nem esse discurso que fazem com que o dinheiro venha parar á carteira. Eu não vou permitir que a minha filha passe necessidades porque decidiu que era giro namorar com um marmanjo qualquer que tem a mania que canta.

Harry – Desculpe mas agradecia que não me ofendesse. Não me lembro de lhe ter faltado ao respeito em algum momento.

Pai da Vera – Só disse o que pensava. Que eu saiba os cantores têm que saber lidar bem com a crítica não é?

Harry – Sim…

Pai da Vera – Bem me parecia. Olhe, sou-lhe bastante sincero. É um rapaz novo, com dezoito anos pode fazer tudo o que quiser, os namoros vão e vêm, tem fama, uma carreira a começar, imensas raparigas atrás de si. Tenho a certeza que encontrará uma substituta á minha filha…

Harry – O senhor não está a perceber… - ele interrompeu-me

Pai da Vera – Estou sim senhor. Vou levar a Vera amanhã para Portugal novamente e não terá mais qualquer contacto com ela.

Harry – Mas…

Pai da Vera – Não se preocupe que com a sua idade rapidamente se volta a encantar por outra rapariga.

Harry – Eu não quero outra rapariga, quero a Vera! O senhor não a pode levar…

Pai da Vera – E porquê? Ela é menor de idade e tem que respeitar as ordens dos pais. Ela vai para Portugal amanhã e não há discussão.

Harry – Não vai conseguir prende-la para sempre. Ela está quase a fazer anos, daqui a quatro dias, quando fizer os dezoito anos ela volta para Londres. Aí o senhor já não posso fazer nada. 

Pai da Vera – Aí é que se engana! É nesse momento que entra dizendo que não quer que ela volte para Londres…

Harry – O quê? Eu não vou fazer isso…

Pai da Vera – Vai sim senhor. Pareces-me ser um rapaz sensato e como tal não creio que queiras que a tua namorada esteja de costas voltadas com a família. É isso que vai acontecer se ela voltar para aqui ou ter algum contacto consigo.

Harry – Não pode fazer isso…

Pai da Vera – Posso e vou fazer se me obrigar a isso. Pense nisso! Ainda tem tempo…um resto de boa noite.

Harry - …boa noite!

Estava incrédulo com tudo o que tinha ouvido. Por um lado não queria que ela se afastasse de mim mas por outro a família é sempre importante e não queria que ela se zangasse com a dela. Não podia separar uma família por minha causa. Estava demasiado confuso, não sabia o que pensar nem o que fazer.

Liam – Hey, então? Como é que correu a conversa? – os rapazes tinham acabado de chegar, tinham-se sentado ao meu lado – correu assim tão mal?

Harry – Nem sei! Foi uma conversa muito estranha e acabou pessimamente mal.

Niall – Como é que é?

Harry – Basicamente o pai dela não concorda com o nosso namoro!

Zayn – E o que vais fazer? Não podes deixar que ele manipule assim a vida da filha pois não?

Harry – Não é assim tão simples Zayn! Há muito mais para além disso…

Liam – E não nos quer explicar?

Harry – O pai dela meteu-me literalmente entre a espada e a parede. Não sei o que fazer…

Niall – Que tal parares de falar por meias palavras…não percebo nada! Afinal o que ele te disse?

Harry – Desculpem mas não posso dizer. Sabem se está alguém no quarto da Vera?

Zayn – Quando saímos a mãe dela ainda lá estava…a seguir deve ser o Miguel…

Harry – Nem pensar! Sou eu o próximo… - levantei-me do banco e corri até á sala de espera. Para minha alegria, estava a chegar ao mesmo tempo a mãe da Vera. Ela foi falar com o Miguel, devia ser para lhe dizer que já podia entrar mas antecipei-me – desculpe mas eu preciso de falar com a Vera urgentemente. – disse á mãe dela

Mãe da Vera – Mas…

Harry – É rápido. Preciso mesmo de falar com ela… - nem deixei a senhora acabar de falar e dirigi-me ao quarto dela. O meu coração batia ferverosamente, estava num estado de nervos horrível. Fechei os olhos e entrei dentro do quarto.



  


Espero que esteja do vosso agrado!
Estou muito feliz por saber que estão a gostar e isso sem dúvida é uma excelente fonte de inspiração!


Obrigada,


Liis